A primeira mulher a entrar para a história da Engenharia Civil foi Emily Warren Roebling em 1872, que apesar de não ter curso superior assumiu a responsabilidade de construir a ponte do Brooklyn após a morte do marido.
De lá pra cá a inserção das mulheres na área da construção evoluiu lentamente, como exposto na pesquisa feita pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea), a quantidade de mulheres engenheiras corresponde a 19,3% do total de 1.035.103 profissionais no país.
E é possível notar essa dificuldade de inserção na prática já nos cursos de Engenharia, onde o percentual de homens é muito maior. Então, o desafio se inicia já nos cursos e se intensifica ainda mais ao entrar no mercado de trabalho, e por vezes para permanecer também, conforme o contato e as responsabilidades crescem no dia a dia de trabalho.
Um exemplo deste cenário são as taxas de ocupação informal dos(as) engenheiros(as) civis onde, mesmo com maior participação das mulheres na área no decorrer dos anos, a taxa da atuação informal era maior, como mostra na tabela abaixo.
O que se faz refletir sobre quais são as oportunidades ofertadas no mercado para essas profissionais e as causas para maior quantidade de engenheiras em condição de trabalho vulnerável, se comparado aos engenheiros.
Atualmente, com a expansão do debate diversas iniciativas para fins de inclusão de mulheres e outros grupos minoritários têm sido criados, como por exemplo, a Diretoria da Mulher na Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), possível após a constituição do Coletivo de Mulheres criado por engenheiras afim de encarar o preconceito da área.
Uma das ações das engenheiras dentro do Coletivo em conjunto com a Fisenge são as tirinhas “Eugenia a engenheira”, onde são abordados temas necessários não apenas para as mulheres, mas também para outros grupos minoritários e suas questões.
Percebe-se então que o segmento da Engenharia Civil ainda não é um ambiente totalmente receptivo com as mulheres e minorias no geral, devido ao histórico e a cultura de que ambientes de trabalho hostis e pesados são voltados apenas a homens, principalmente quando se trata da liderança de obras seja ela no planejamento, na parte técnica, gerencial ou total. Porém as profissionais juntamente com órgãos competentes têm cobrado e realizado ações de conscientização afim de combater os preconceitos do meio.
Para ir contra essa cultura, incentivar o debate e a inclusão das mulheres na área foi criado pela Women’s Engineering Society (WES) do Reino Unido o Dia Internacional da Mulher Engenheira. E esse movimento reforça a importância da desconstrução dos preconceitos no meio e aumentar a disposição dessas profissionais a enfrentar essas barreiras.
A tendência é que essa e outras áreas da construção civil se desconstruam ao ponto de não haver diferenciação entre os profissionais e assim possam construir e transformar a área de engenharia civil e de construções no geral.